sábado, 27 de fevereiro de 2016

Aconteceu

Acabei com ele. 

Tinha de acontecer era inevitável. Eu já não queria isto há muito tempo e finalmente encontrei uma "escapatória". Aliás, ele encontrou-me a mim... A oportunidade de realmente mudar a minha vida chegou. Levou algum tempo até que me apercebesse e estava a fazer-me mal. Cada vez comia mais e cada vez perdia mais peso. Era uma constante oscilação no IMC, umas vezes estava demasiado magra, outras demasiado baixa.

Oh Valete... sinto-me tão livre, tão leve, nem dá para explicar. Sinto-me tão bem que me sinto mal. Quando chegou a hora de contar aos amigos é que voltei a sentir-me incomodada, como se tivesse feito algo de errado. O facto de não ser apologista de partilhar este tipo de coisas nas redes sociais salvaguardou me para um evento desta natureza. Contei a quem queria e só ficou a saber quem me interessava.
Grande parte confessou que estava à espera, que a quebra era eminente. Acho que ninguém ficou surpreso, nem mesmo ele. Muito sinceramente Valete, ele também queria que acontecesse, só não os tinha no sítio para o fazer. 
Não tenho dúvidas que ele ainda gostasse de mim, mas as condições da altura só iam resultar na tempestade perfeita e eu não estava com paciência para esperar pela bonança.

Pensava que me ia arrepender, que o facto de estar longe me ia deixar ainda mais isolada do meu mundo, mas passado um mês continuo a achar que tomei a decisão correcta. Estou cada vez mais ansiosa por saber o que está do outro lado da próxima porta que se abrir.
Alguns perguntam-me porque não o fiz mais cedo, sempre fui uma gaja que sabe o que quer... Para parecer bem digo que foi por ele, mas na realidade acostumei-me... acostumei-me ao certo, à familía dele, à sua companhia; mas já não era paixão ou amor há muito tempo. Era um carinho que ainda agora sinto, mas que sinto por todos os meus amigos... Partilhamos mutio, mas se tivesse deixado isto arrastar-se ainda mais, nem sequer ia ficar amigos.

Caramba Valete, foram quase 6 anos! Não me arrependo de nada, mas a verdade é que estaria para sempre condicionada e ainda bem que ele apareceu.


terça-feira, 26 de maio de 2015

Des(en)cobertas

Encontrei isto no meu "bloco de notas de telemóvel"

8 de Janeiro de 2015

"Mais uma vez me encontro bêbeda, já não sinto dor, sinto me leve e sem preocupações mas em completo conflito existencial, outra vez... Parece que sem álcool, qualquer sítio vira tédio, também fico agressiva e com vontade de rebentar o lábio a alguém.. não me reconheço, sei que não sou assim, que não era assim. Quando é que me tornei desinteressada ?  Hedonista e escrava dos maus        prazeres?           
Devia estar contente... dizem eles que tenho tudo, alguém que gosta de mim, um bom emprego, uma boa família.. dizem que devia estar   feliz... contudo sinto me cada vez mais triste, talvez pelas verdades que tenho de encarar... e na minha fraqueza ponho me a ligar a amigos às 4 da manhã.."

Estás em todo o lado Valete, obrigada

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

São lágrimas

Hoje foi dia de choro, dia de dúvida e de falta de confiança. 
Estou no quinto hospital desde que comecei esta cruzada pelo mundo dos loc(os)ums e cada vez mais me afundo em desilusão e desespero.
Pela primeira vez senti que o que fiz não foi valorizado, que apontam os defeitos de uma forma nada construtiva e as palmadinhas nas costas são inexistentes... será por ser de fora? será por não me quererem na equipa? Vá-se lá entender este povo!! que tanto oferece ajuda para cessação tabágica como cria locais com melhores condições que muitas casas para estas pessoas poderem fumar. Este povo ridículo que se preocupa mais com a quantidade de exames feitos do que com a qualidade de vida do paciente, sabendo que não havendo necessidade de o testar, fazem-no para terem números. É o povo mais paradoxal que conheço. É um povo que detesto e que amo (pelo que dizem, estes sentimentos andam sempre de mãos dadas, I guess it ain't different in this case)...

Hoje também foi um dia em que o Karma me pregou mais uma...(este bastardo funciona de maneiras muito esquisitas). Era talvez 1 da manhã de Domingo e já estava deitada, pronta para o meu encontro com Morpheus e, numa terra onde abundam mais esquilos do que pessoas, ouço um carro a fazer"drifts" e claro, como Maria Cuscuvilheira que sou, fui ver. Estava este santo a tentar, claramente sem sucesso, tirar o carro do meio da lama, fui ajudá-lo.
Três dias depois chegou o pagamento da minha boa acção,.. Acordei com uma bolha no meu polegar direito que dobrou o tamanho deste, era tão pulsátil que era capaz de jurar que o meu coração tinha encolhido e emigrado. E mais uma vez, só damos valor ao que temos quando o "perdemos", neste caso, o meu polegar da minha mão dominante.
E cá estamos Valete, sempre a lamentar-nos e agora a escrever-te tenho noção da falta que me faz o meu polegar (que não posso usar, tamanha a dor). Não é por acaso que é o que nos distingue dos animais,,, E quanto eu não dava para ser um,

Obrigada Valete
Amanhã será melhor

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Confusão

A melhor parte da vida, (embora não saiba bem o que é a vida, que de saberes estou sempre vazia), é mesmo o que não é possível.
O universo dos possíveis é tão ingénuo às vezes... Tão seco, rasteiro, POUCO. Conformista. E então tudo se torna impossível. O que fica, de verdade, são as nossas impossibilidades que, de tão inatingíveis, se tornam imaginárias e chamamos-lhes sonhos.
Imaginação, diante da qual a realidade recua, pálida e humilhada. É ela que nos deixa viajar pelo mundo dos "impossíveis"...
É que o impossível não se deixa entender e é aí que reside a sua mística e toda a delícia do que se nega ao regramento tosco de uma razão mecanizada pela sociedade.

Triste é que... às vezes.. acabamos por entender e ser racionais... e a magia desaparece.

sábado, 27 de setembro de 2014

Modelos de boa conduta...

Suponho que os 22 anos sejam a idade de transição para a vida adulta.
Suponho que seja a data da morte da inocência e da vida como a conheci até agora.
Suponho que é altura de passar da liberdade para uma prisão sem grades.
Suponho que seja hora do "Até já" a professores que cobram tudo e só sabem um pouco.


As facilidades que tinha e que achava que não tinha... Só se dá valor quando se perde não é verdade? E então, todos os paradoxos que antes apenas aplicávamos à vida mundana de ensino e discussões fúteis com a família/namorado, tornam-se maior do que nós. Lutamos ou desistimos? Ficamos perto ou distantes? Amargurados ou afectuosos?
   

Suponho que seja altura de decisões. 
  Sem pensamentos programados.
Sem processos estereotipados.
Sem regra, sem consequência. 
  Tentando manter a decência, que a sociedade permita
Não por limites a uma vida já finita e delimitada.
Ser responsável e não um mero bípede desensabido que vive de conceitos a fundo perdido.
Não ser fruto de um fracasso, ser impulsionador! Não entrar no compasso deste governo escrutinador.


                                                                      Obrigada mais uma vez Valete... Quando o silêncio falar, talvez aí.. pare de escrever.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

5 Anos Depois

Pois é,
Este pequeno blog passou por muitas fases..
Lembro-me que o criei para poder comentar num outro blog que tinha uma notícia com a qual eu não concordava plenamente... tinha de deixar o testemunho.
Depois, passei por uma fase engraçada da minha vida em que me julgava escritora :p fiz uns quantos posts acerca de nada mas que ao reler me dizem muito :)
Agora.. que fazer com este blog? Um pouco de tudo talvez! Gosto de coisas mundanas como cozinhar, decorar e viajar, e de assuntos mais concretos...
Talvez não tenha de direccionar este blog para algo em específico, posso torná-lo ecuménico!!

Aqui vamos então :)

http://www.youtube.com/watch?v=so6ExplQlaY

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O desporto Rei


"Deixa-me ouvir o noticiário filha, o país está mal!"
"Deixa-me só ver se o jogo vai dar na televisão dos pobres"
"Futebol?! À hora do jantar?!"
"Sim..Ainda é o que mexe (ou pára) o mundo"

Ia jurar que tinha ouvido na TVI24 a fantástica notícia do cessamento da guerra na Líbia para que os guerrilheiros pudessem ver o jogo Barcelona vs Real Madrid. Contudo, não a consigo encontrar.

Se realmente aconteceu, só ajuda a mostrar que a globalização das comunicações trouxe consigo novos vícios, fixações e necessidades que são compartilhadas por milhões de pessoas com idiomas e religiões distintos e com países distantes entre si e muitas vezes locais sem mapa.

O auditório televisivo encontra-se espalhado pelo mundo! E apesar dos cépticos pensarem que existe um fanatismo exagerado pelo futebol, este desporto Rei consegue, literalmente, parar guerras! A da Líbia não seria a primeira, este fenómeno não é novo para nós.
Espero sinceramente que esses senhores de grandes comentários apreciem o desporto da sua área, já que lhes é difícil perder tempo com o internacional.

A dita "mística", a cumplicidade entre jovens, adultos e até os nossos queridos avós se vestem das cores do seu clube e levam a parafrenália de sentimentos para a rua! E quando todos se juntam para vestir as mesmas cores, sofrer e gritar pelas mesmas cores.

É muito mais que um vício ou fanatismo pela equipa.. É fé nela!
É muito mais do que um casamento entre gente rica, muito mais que uma beatificação, muito mais que adrenalina! Está para além da guerra, da ditadura, da democracia ou monarquia.